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nunca tinha visto. adorei. pode acontecer.

direção um pouco "comportada" demais pro meu gosto pessoal, mas entendo a escolha. senti que as personagens são contidas demais, falam baixo demais e ninguém interrompe ninguém mesmo em momentos de tensão. me parece em certa medida uma tentativa de higienizar a discussão, de colocar essa personagem numa espécie de pedestal moral pra legitimar a escolha de fazer um aborto, de livrar essa personagem de qualquer culpa diante de uma audiência moralista. queria ter visto mais bagunça, mais das complicações dessas pessoas e desse mundo.

por outro lado, é pedagógico e isso tem sim o seu valor. é um importante olhar sobre a questão do aborto que foge do moralismo ou da perspectiva da tragédia e da brutalidade/crueza dos dados sobre o tema. em vez disso, é a intimidade que guia a história: vemos o dia-a-dia e a vida mundana de uma mulher que engravidou e não sabe o que fazer. assistimos o o a o, decisão por decisão, e como tudo isso se reflete nos momentos íntimos, nos abraços, nos banheiros, nos almoços e nas confidências sem perder a dimensão do problema. as dores e os riscos estão lá, mas sempre pelo olhar gentil da intimidade.

tem um contraponto legal também com a questão legal, a maneira como as aulas de direito guiam o discurso do filme.

apreciei também ver um olhar gentil sobre uma parte da cidade que é muito mais parecida com a cidade onde eu nasci e cresci do que as que costumam aparecer por aí. não é nem cartão postal nem amarelo manga. com todo respeito aos cartões portais e amarelo manga.

impressionante. é tão localizado, no sentido de dialogar com questões e ansiedades políticas e artísticas muito próprias do final do século vinte mas de uma forma muito interessante sinto que tudo isso aqui faz ainda mais sentido em 2025, tanto na auto-ironia quanto no apreço genuíno pela radicalidade do fazer cinematográfico. existe lugar pra isso ainda? o filme ri da pergunta ao mesmo tempo que responde claro que sim porra!!!!

homem com h sofre um pouco com alguns dos cacoetes típicos de cinebiografias, um gênero que não é dos meus preferidos, mas os momentos em que o filme se encontra são absolutamente encantadores.

revi com olhos mais gentis 6 anos depois e continuo nao gostando mas não odiei tanto quanto a primeira vez. continuo achando desajeitado, um remendo meio atrapalhado de algumas ideias mais interessantes do que outras mas tem seus momentos e consigo apreciar as boas intenções quando elas aparecem. infelizmente o saldo geral continua meio baixo pra mim. coringa não é um "filme de incel", mas é muito descolado do mundo e da realidade onde ele existe enquanto ACHA ou tem CERTEZA de que tem uma compreensão muito apurada dessa realidade e desse mundo. é na confiança do homem medíocre que tá o perigo.

assisti de novo pra fazer um vídeo sobre outra coisa, mas nem sei se o filme vai entrar no roteiro. quando tiver no ar eu edito aqui.

é homoerótico MESMO

perdi minha esposa (e meu cachorro) e fui à boate

um puta jogo de imagens, simbolismos e referências. deliciosa subversão do vampiro enquanto alegoria de cooptação política sem embarcar em hiperdidatismos ingênuos. blockbuster dos bons que não nivela a audiência por baixo.

por outro lado, para o bem ou para o mal, é bem "americano" tanto no discurso como no formalismo. a ansiedade da assimilação tá bastante visível aqui. é a "mulher mestiça" quem "abre a porta" pro vampiro branco usurpador de signos culturais e de memórias. engraçado que já tem um tempo que venho reparando essa temática no cinema negro americano "de gênero" dos últimos anos, em especial depois do primeiro mandato de trump. não sei muito bem o que pensar sobre isso ainda, mas toda vez que vejo um filme assim eu penso: 'imagina um olhar latino americano sobre essa mesma história". não que isso seja um problema necessariamente. são pensamentos. gostei bem. vontade de ficar horas conversando sobre esse filme.

Engraçado que esse é um típico episódio de Black Mirror e, pra mim, o que a série faz de pior: uma tragédia cínica e derrotista com uma alegoria afetada, óbvia e literal onde cada ponto de virada na história é pateticamente previsível. A excessão, talvez (mas nem tanto), pra mim seria a cena final, não exatamente pelo que acontece, mas como acontece. Consegui apreciar e até me identificar um pouco com a imagem de alguém sufocando o amor da sua vida pra finalmente se ver livre de um ad, mas ainda assim não foi o suficiente pra nao terminar o episódio xingando a tv.

Achei que depois da temporada ada, esse tipo de episódio de Black Mirror tinha ficado pra trás, mas não né. Estamos de volta ao "isso é muito Black Mirror" e às alegorias mais óbvias e que a pessoa mais burra que você conhece acha a mais genial das sacadas. Uau, vc viu? É igualzinho à da Netflix. Não sei se ficou claro. Entendeu do que estamos falando? A tela da tv virou um espelho e é o seu reflexo que vc está assistindo. Você ficou horrorosa com essa roupa, com todo respeito. Já vi esse episódio umas 5 vezes e é sempre a mesma roupa e a mesma tragédia cínica. Me poupe.

Em tempo: vi muita gente apontando cinicamente pra essa contradição que é a Netflix exibir um episódio como esse e sinceramente? Por mim beleza? Sim, beleza, uau, que irônico que é, que contraditório que é, mas meio que não é assim com tudo? As forças armadas americanas não financiam uma caralhada de filme, inclusive vários que gostamos? A contradição não é parte integral de praticamente toda a arte? Não é parte do exercício de pensamento crítico entender a indústria cultural como parte do que criticamos? Não estamos todos inseridos nessa caralha e reproduzindo contradição o tempo todo?

Enfim , uma merda esse episódio.

trecho do video:
"A gente acompanha nessa animação a vida de uma criança que é apaixonada por aviões, apaixonada pela ideia de voo em si. Ele sonha com aviões, o ídolo dele, que é um projetista de aeronaves, aparece nesses sonhos. A ideia de voar nessa obra tá muito visualmente atrelada ao sonho, ao lúdico, ao fantástico e à liberdade. A impressão que fica - pelo menos pra mim - é que o Jiro não simplesmente gosta de desenhar avião, ele é apaixonado pela ideia de voar. De sair do chão. Essa criança cresce e a paixão dela se transforma num trabalho formal. O que é o pior erro que um ser humano pode cometer. Mas o que se discute aqui não é só a burocratização de um sonho, mas como essa aptidão do Jiro só consegue se materializar porque tem uma guerra acontecendo. No final do filme, existe esse lamento sobre o fato dessa grande obra-prima dele, que é a concretização de um sonho de infância, ser uma nave de guerra".

falei mais aqui: youtu.be/M0bbMglw7zc

"é lindo beijar alguém que tá morrendo"

Uma pena que ideias tão interessantes nas mãos de um diretor tão competente se percam num festival de hiperdidatismo. Até que tem alguns bons momentos, algumas boas cenas. O elenco tá afiadissimo (exceto Mark Ruffalo, que ta péssimo) e tem vários bons momentos de comédia, mas mesmo esses vislumbres de um filme melhor se perdem no meio de tantos diálogos e narrações expositivas.

Não me lembro de nenhum outro filme recente tão avesso a ambiguidade, subtexto ou algo que o valha. Parece que o roteiro foi escrito pensando em comentarista de Tiktok. TUDO aqui tem que ser explicado em voz alta, desde o universo da história aos temas e o simbolismo. Os últimos 15 minutos são um grande " ó, acabou assim viu galera". Eu fiquei genuinamente ofendido quando o filme fez aquele esforço todo em explicar que (spoiler) aquela cena lá foi um blefe. Por que diabos isso precisou ser explicado? A gente vai MORRER se isso ficasse no ar?

Esse hiperdidatismo acaba empobrecendo o discurso do filme porque pra mim é justamente o esforço de explicitar demais essa leitura alegórica que deixa a experiência menos interessante. aria bem sem essa falação toda e os últimos 15/20 minutos, mas aí seria outro filme né, tem essa questão.

aconteceu com uma amiga minha

confesso que comecei meio arredio, meio cínico mesmo, meio achando que já sabia o que ia assistir, mas foi uma interessante surpresa em especial nos 2 últimos episódios.

apreciei a ambiguidade, a sutil recusa em dar uma resposta categórica. sabemos que o crime aconteceu e quem cometeu o crime, mas a solução catártica final não existe nem nunca existirá. vemos recortes e vislumbres, temos sinais e suspeitas, temos dados que corroboram narrativas específicas, temos frases soltas e indivíduos falhos tentando construir sentido a partir de uma tragédia, mas não existe o momento eureka. não existe o monólogo do Sherlock Holmes onde todas as peças se encaixam.

a trama se divide entre figuras e instituições que em tese estão perto de Jamie, que em tese têm o a ele, que em tese "deveriam" protegê-lo: a família, a escola, a polícia, os profissionais de saúde. figuras representadas por personagens falhos, que cometem erros, que talvez até poderiam ter feito (ou deixado de fazer) isso ou aquilo, mas que se vêem impotentes diante de um mal impalpável, de algo que seduz e corrompe juventudes e ceifa famílias, mas que exerce sua influência de forma distante e impersonificável: as plataformas? os podcasts masculinistas? Andrew Tate? quem são e onde estao esses agentes? cadê a 1h de plano sequência em torno deles? como esse plano sequência se intercalaria com Jamie e sua jornada de radicalização?

em meio a esse jogo de influências, polícia, escola, família e a psicologia se revelam não como agentes externos que "falharam" em cumprir seus papéis, mas como elementos integrais de uma estrutura perversa que ceifa juventudes e que instrumentaliza jovens a fazer o trabalho sujo de exterminar os indesejáveis.

pelo amor de deus alguém precisa restaurar essa preciosidade. que IMENSA presepada. defenderei até o fim.

o show de truman segue uma estrutura bem formal, bem manualzinho de roteiro, o que funciona bem pra apresentar uma história como essa pra uma grande audiência: uma sátira sobre a cultura do espetáculo e consumo, um comentário crítico sobre o sonho americano e o capitalismo do final do século 20, mas sem grandes pretensões radicais (o que em si não é um problema). "a realidade do mundo à qual somos apresentados" e que inevitavelmente "aceitamos" é rompida através do triunfo individual do herói que supera todos os medos e obstáculos que são postos diante dele. Truman é um típico herói romântico burguês que carrega sozinho nos seus ombros as dores do mundo. Ou melhor, nesse caso, de um mundo específico: os estados unidos do final dos anos 90 diante do suposto "fim da história". O capitalismo venceu e agora o homem branco americano de classe média precisa encarar que a sua vida é chata, médiocre, repetitiva, enfadonha e cheia de inserção publicitária. Seria tudo isso uma grande farsa? (vide Matrix, Clube da Luta, etc). Pelo menos casa própria e aposentadoria tao garantidas. Bom, até o 11 de setembro e a crise econômica de 2008, pelo menos, mas aí é outra história.

nossa me poupe muitoooo

uma tese muito clara: a ditadura é ruim pra todo mundo, inclusive os "apoliticos". o que gostei é que o filme não tenta santificar as "boas famílias". são indivíduos complicados, falhos, famílias desgastadas em suas próprias dinâmicas falhas e complicadas e que se vêem numa dura realidade de um regime autoritário. tudo isso empacotado num thriller dramático sedutor. gostei.

que experiência transformadora assistir esse pela primeira vez. queria que são paulo fosse real.

vontade de fazer uma lista de tudo que eu não gostei e itir em seguida que, apesar de tudo, gostei muito. nada como um delírio febril, tesão e o confronto de um gay com sua própria mortalidade.

EDIT: assisti imediatamente após ler o livro, que é igual mas completamente diferente (?), o que agregou demais à experiência. tô meio vibrante aqui, acho que vou lembrar muito desse filme nos próximos anos.

completamente encantado!

imaginando o pessoal das "cenas desnecessárias" assistindo esse filme

Watched on Tuesday February 25, 2025.

sinto que já vivi essa vida algumas vezes e que meus pais e tios tb viveram

CARALHO GALERA

adicionar à lista de filmes LGBT com água

"brunch is real"

é isso aí gays postem nudes

sou assim

Não vou fingir que Emília Perez Na Verdade É Bom porque, bem, não é né. Mas também não achei esse demônio todo. Quer dizer, tem seus momentos aqui e ali. Tem ideias. Vai ver esse é o único elogio possível né: "tem ideias".

Não à toa, Emília Perez é constantemente esculhambado nas redes através de cenas e clipes fora de contexto. O filme parece mesmo uma sequência de clipes, ideias, encenações e músicas coladas de mau jeito. Não me entendam mal, eu gosto de filmes que misturam e brincam com estilos, gêneros narrativos e diferentes formas de encenação, isso não é um pecado pra mim. Mas precisa de uma habilidade, uma gramática narrativa que o diretor claramente não tem?

O número musical em que Rita expõe os podres dos financiadores da ONG de Emília poderia ser uma espécie de "'cola" temática que une algumas das ideias interessantes que aparecem aqui. Um grupo de homens ricos performando filantropia num evento público midiático organizado por uma ex líder do narcotráfico que lida com a culpa pelos crimes do ado performando filantropia em certa medida. E ela é uma mulher trans. Que precisa performar um personagem pra sua ex-esposa pra poder conviver com seus filhos. Todos cantam e dançam sobre essas questões. São ideias né
Tem ideias aí. Faltava só um diretor competente pra conduzir essas ideias de um jeito interessante.

Não vou nem comentar sobre os bastidores e os problemas de racismo e transfobia porque não tenho nada a dizer além do que já foi dito. Faço minhas as palavras da querida Lyara Vidal:

"Emilia foi escrita como mexicana e não sa porque o nível de sofrimento ao qual ela é submetida só existe quando relações de poder am na frente da lente. É o tipo de sofrimento que só poderia acontecer ao Outro Fodido, bem distante da realidade cis e europeia. Sua identidade latina é tão exótica quanto seu gênero; a transfobia e o colonialismo coexistem e se completam".

Em tempo: cadeia metafórica para Selena Gomez urgente.

terceira vez que assisto e parece que vivi a vida inteira com essas pessoas.

contexto é uma coisa né. assisti de novo depois de ler e ouvir algumas entrevistas com o Karim e vi o filme com olhos mais gentis e bem mais dispostos a apreciar o exercício criativo, a vontade de fazer e a sensação de vida que essa história me trouxe. precisamos rever os filmes mais.

esse aqui é bem especial hein

como é bom assistir um filme cheio de tesão

é bem difícil gostar desse depois ter visto o original e o do herzog assim na sequência. tem muitas coisas que não me agradaram, mas o que mais me incomodou mesmo é o quanto que esse filme é FEIO. tudo que dá charme à história nas versões anteriores é pior aqui. se o nosferatu de 1922 eternizou a imagem de um monstro que vc reconhece pela silhueta, esse aqui ficou me lembrando o robotnik depois que a substância deu errado. até a temática do vampirismo e desejo feminino parece meio infantilizado e pouco inspirado na minha humildissima opinião. pra um filme onde desejo tem um papel tão central, cade o desejo porra, cadê A Tesão? dracula de bram stoker fez muito melhor em 1992.

além disso, pelo amor de deus, é uma falação desgraçada. calem a boca um minuto.

this is gay, thank you

impressionante! a reverência ao clássico de 1922 é quase palpável, mas ainda assim é um filme próprio, com um jeito próprio de fazer e temáticas próprias.

adorei ver de novo o conde carregando o próprio caixão. agora com cores.

"masculinity is a prison from which you will never escape even though the key is & always has been in your hands"

Meu primeiro contato com Drácula veio através do filme do Mel Brooks, de 1995, que faz fortes referencias a essa intepretação específica do vampirão. Recentemente assisti com meu sobrinho o filme Hotel Transilvânia, cujo protagonista também bebe do legado deixado por Bela Lugosi em 1931. Talvez esse seja o caso de um filme tão repetidamente parodiado que o original perde a sua força? Não sei. Talvez soe assim porque assisti imediatamente após Nosferatu - o de 1922 - que me pareceu bem mais interessante e genuinamente assustador. Mas acho que mesmo comparando com outros filmes da mesma época, no mesmo contexto (o exemplo mais interessante pra mim seria Frankenstein, que foi lançado no mesmo ano pelo mesmo estúdio), Dracula a despercebido, pouco inspirado, menos interessante.

O que se destaca aqui é a iconografia do Dracula, o figurino que segue sendo referenciado e parodiado até hoje e, claro, a interpretação de Bela Lugosi, a brancona dos olhos terríveis, que acredito ser o que inaugura a representação de Dracula como uma criatura mais sedutora do que monstruosa, em especial se comparado ao livro, mas posso estar enganado.

foi legal de assistir mas não tenho paciência pra esses papinho chato de americano

ser gay é complicado, ser fudido é complicado e viver no capitalismo sendo fudido complica pra caralho as nossas relações.

"baby" tem muito em comum com "'corpo elétrico", não só por ambos terem o mesmo diretor, mas pela captura do cotidiano queer urbano em meio às mazelas e violências que marcam nossas escolhas. vejo em baby um filme mais maduro, onde as intersecções de classe e raça são mais marcadas, mais complicadas e mais interessantes. em meio à dureza da vida, em meio a escolhas que não parecem escolhas, o prazer persiste como algo inerentemenente humano.

lindo filme.

"o medo rondava cada esquina da cidade. quem estava saudável? quem estava doente?"

nenhum vampiro é hetero.

primeira vez que assisti de novo em 20 anos, bom demais

amo robôs desobedientes

primeira vez que assisti de novo desde provavelmente 2002 ou 2003. lembrava vagamente de algum comentário social sobre crise energética e extrativismo, mas não lembrava de ser tão direto. claro que a alegoria vai até certo ponto e por mim tudo bem, já foi até mais do que achei que poderia ir. é bem legal mesmo assim.
falei um pouco mais no video
youtu.be/X28gzRwTsoE

não estava esperando chico bento lider da resistência camponesa, protetor da agricultura familiar

"eu sei o que é existir entre as certezas do mundo"

me diverti muito assistindo e terminei com um nó na garganta dos bons. trilha sonora massa. texto bom. muito bem feito. gênero: homens poderosos de vestido fofocando em salas e corredores bonitos.

ai gente eu meio que amo?

"a bromélia pra ficar bonita tem que sofrer"

tem algo muito familiar nesse filme para além das dinâmicas... familiares, dos conflitos geracionais, da vivência periférica e da tábua que serve de apoio pra ar por cima da lama.

pra mim essa leveza cercada de crueza, essa doçura o tempo todo interrompida pela asperidade, junto com um senso de temporalidade muito específico e uma piscadinha sociológica faz parte de um jeitinho tão brasileiro de fazer filme. latino-americano, quem sabe. acho que tem um gênero cinematográfico nosso aí que talvez não tenha nome ainda. não é uma dramédia (parece até vulgar usar esse termo). não é uma "comédia sombria" ou algo que o valha. não é uma combinação de terminologias, é algo próprio e único e que se faz muito bem por aqui há muitos anos. é uma tradição cinematográfica nossa na qual Malu se insere de forma magistral.

não lembro quem foi que eu vi dizer esses dias que, na falta de termos mais adequados e historicamente contextualizados, o cinema latino-americano tende a ser categorizado como "drama". não tem nada de inerentemenente errado em chamar de drama, mas dá pra sofisticar esse vocabulário aí. temos gêneros próprios.

enfim, me acabei de chorar, mas ri demais também. me envolvi tanto com essa família. vi tantos dos meus ali. me senti meio malu, meio jujuca, meio tibira. quantas pessoas incríveis, complicadas e totalmente bagunçadas. que delícia. acho que é o melhor filme que eu vi esse ano. precisava estar em muito, muito, muito mais salas de cinema.

que demais esse filme! que personagem incrível, quantas camadas, que universo interessante, que mundo rico! um dos melhores do ano com certeza!

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• The Devil Queen
• Amor Maldito
• Kiss of the Spider Woman
• O Olho Mágico do Amor
• The Next Victim
• Beijo na Boca
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